A família Blandy distingue-se por ser a única, de todos os fundadores originais do comércio do vinho Madeira, que ainda possui e gere a própria empresa vitivinícola original. Ao longo da sua história, é de salientar o contributo que deu à promoção do vinho, mas também da região. Os membros da família continuam a viver na ilha, mantendo assim uma tradição que remonta a 1811. Hoje, o destino da Blandy’s está nas mãos de Chris, que o assumiu desde os 32 anos. É a sétima geração a cuidar da maior produtora mundial de vinho Madeira de alta qualidade. Um trabalho que exige estratégia e resiliência, porque o negócio tem-se escrito com glória, mas também com altos e baixos. E ninguém esperava que, depois da crise económica e financeira de há dez anos, a COVID-19 viesse pôr novamente à prova a fibra destes ingleses.
Foi o homem que inaugurou a sétima geração dos Blandy à frente dos negócios de família. Olhando para os últimos anos, que balanço faz da sua gestão enquanto CEO da empresa?
Quais têm sido os seus principais desafios?Tenho muita sorte em poder trabalhar com um excelente grupo de profissionais, que facilita muito a minha vida. Temos tentado manter um rumo estável, com um portefólio de negócios equilibrado, mas sempre atento às alterações do negócio e reagindo em conformidade. Em relação aos desafios, achava que a crise financeira que abalou Portugal entre 2010-2014 ia ser o nosso maior desafio, mas depois chegou a COVID-19…
A procura do vinho Madeira tem sido maior do que a produção. Como se resolve este problema e se faz uma gestão inteligente dos stocks?
A produção de vinho Madeira, comparado com a procura, é um assunto complexo. Temos um stock de vinho armazenado que é quase cinco vezes superior àquele que vendemos num ano – é um negócio de longo prazo. Em relação ao equilíbrio entre a oferta e procura, neste momento, estamos com dificuldade em fornecer vinhos mais velhos, visto que a quantidade de garrafas no nosso stock é relativamente reduzida. No entanto, temos capacidade nas categorias de três, cinco e dez anos para reagir, se houver um aumento sustentável na procura.
A produção e comercialização de vinho Madeira já não é o principal ativo da família Blandy, mas continua a ser o mais emblemático. A história da Madeira já se mistura com a dos Blandy e vice-versa?
Acho que a história da família se mistura com a da Madeira e gostaria de pensar que contribuímos positivamente para o aumento do reconhecimento que o vinho Madeira tem tido nos últimos anos.
«Neste momento, o nosso foco está na recuperação dos negócios para que possamos voltar a discutir futuros projetos»
Que estratégias arranjaram para chamar a atenção do público jovem para os vossos vinhos?
Usamos uma dupla estratégia. A primeira, com as marcas Blandy's e Cossart Gordon, em que nos concentramos não só na qualidade, mas também na ‘premiunização’ da nossa gama, levando a que o consumidor jovem com interesse em vinhos seja atraído pela notoriedade que ambas as marcas têm a nível mundial. A segunda, com a marca Miles Madeira, em que efetuamos uma alteração radical da imagem para ser mais irreverente, mais colorida – usando as cores da ilha –, focada numa só casta, a Tinta Negra, e com uma ligação muito forte à mixologia. Associamos esta marca a vários eventos desportivos, tal como a Trans Madeira, e aos eventos culturais, como o Festival Aleste. Além disso, estamos a trabalhar no nosso projeto de vinhos de mesa, abaixo da marca Atlantis, já com um rosé, um branco e um branco reserva no mercado, e com um lançamento de um tinto para este ano.
Quais os futuros projetos do grupo para a Madeira?
Neste momento, o nosso foco está na recuperação dos negócios para que possamos voltar a discutir futuros projetos.
Foi o homem que inaugurou a sétima geração dos Blandy à frente dos negócios de família. Olhando para os últimos anos, que balanço faz da sua gestão enquanto CEO da empresa?
Quais têm sido os seus principais desafios?Tenho muita sorte em poder trabalhar com um excelente grupo de profissionais, que facilita muito a minha vida. Temos tentado manter um rumo estável, com um portefólio de negócios equilibrado, mas sempre atento às alterações do negócio e reagindo em conformidade. Em relação aos desafios, achava que a crise financeira que abalou Portugal entre 2010-2014 ia ser o nosso maior desafio, mas depois chegou a COVID-19…
A procura do vinho Madeira tem sido maior do que a produção. Como se resolve este problema e se faz uma gestão inteligente dos stocks?
A produção de vinho Madeira, comparado com a procura, é um assunto complexo. Temos um stock de vinho armazenado que é quase cinco vezes superior àquele que vendemos num ano – é um negócio de longo prazo. Em relação ao equilíbrio entre a oferta e procura, neste momento, estamos com dificuldade em fornecer vinhos mais velhos, visto que a quantidade de garrafas no nosso stock é relativamente reduzida. No entanto, temos capacidade nas categorias de três, cinco e dez anos para reagir, se houver um aumento sustentável na procura.
A produção e comercialização de vinho Madeira já não é o principal ativo da família Blandy, mas continua a ser o mais emblemático. A história da Madeira já se mistura com a dos Blandy e vice-versa?
Acho que a história da família se mistura com a da Madeira e gostaria de pensar que contribuímos positivamente para o aumento do reconhecimento que o vinho Madeira tem tido nos últimos anos.
«Neste momento, o nosso foco está na recuperação dos negócios para que possamos voltar a discutir futuros projetos»
Que estratégias arranjaram para chamar a atenção do público jovem para os vossos vinhos?
Usamos uma dupla estratégia. A primeira, com as marcas Blandy's e Cossart Gordon, em que nos concentramos não só na qualidade, mas também na ‘premiunização’ da nossa gama, levando a que o consumidor jovem com interesse em vinhos seja atraído pela notoriedade que ambas as marcas têm a nível mundial. A segunda, com a marca Miles Madeira, em que efetuamos uma alteração radical da imagem para ser mais irreverente, mais colorida – usando as cores da ilha –, focada numa só casta, a Tinta Negra, e com uma ligação muito forte à mixologia. Associamos esta marca a vários eventos desportivos, tal como a Trans Madeira, e aos eventos culturais, como o Festival Aleste. Além disso, estamos a trabalhar no nosso projeto de vinhos de mesa, abaixo da marca Atlantis, já com um rosé, um branco e um branco reserva no mercado, e com um lançamento de um tinto para este ano.
Quais os futuros projetos do grupo para a Madeira?
Neste momento, o nosso foco está na recuperação dos negócios para que possamos voltar a discutir futuros projetos.