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Camboja

O país de pedra com coração d’ouro

PMmedia Pub.
É no Sudeste Asiático que encontramos um país marcado pelos templos budistas, o cultivo do arroz, as ruínas milenares e um povo que não poupa sorrisos. Eis Camboja, o retrato dos contrastes sociais e das feridas profundas, golpeadas pela loucura dos khmers vermelhos. Uma história a contar, adiante. Mas fique por dentro e conheça o pequeno país de coração grande, rico em cultura, história e biodiversidade. Levá-lo-emos a visitar apenas os melhores pontos turísticos, a vislumbrar os melhores pores do sol em praias paradisíacas, a degustar os pratos mais deleitáveis e a apreciar as paisagens mais sublimes. Tal como o Buda diria, «a vida não é uma pergunta a ser respondida. É um mistério a ser vivido». Embarquemos, então, juntos, numa jornada simbólica.
Camboja cativa, desde o momento em que o avião aterra em Phnom, na capital. Autênticos são os sorrisos que nos recebem, calorosos e sempre disponíveis a ajudar. Não é ao acaso que as famosas esculturas de Angkor Wat recriam deuses a esboçar um sorriso. Faz parte daquele povo, que esconde nas covas do rosto o passado sofrido que carrega. Reza a história de que, em 1972, o chefe de Estado Sihanouk foi deposto por Lon Nol, este que era um ditador. Não levou muito tempo até o Camboja mergulhar numa deriva anticomunista, que foi interrompida por um golpe de revolucionários maoístas, que instauraram um clima de verdadeiro terror. Quatro anos se tinham passado e os continuavam a massacrar um quarto da população, levando à fuga de estrangeiros face à ferocidade do exército contra a população civil. Atualmente, o caos e pavor estão representados no Museu de Tuol Sieng, local que funcionou como centro de detenção e tortura durante o regime autoritário. Lá, poderá encontrar alguns instrumentos de tortura, confissões e fotografias de milhares de homens, mulheres e crianças aprisionadas, momentos antes de serem levadas para o campo de extermínio de Choeung Ek. Este ponto turístico está também incluído na visita, tendo apenas de se deslocar até aos tuk-tuks estacionados à beira do edifício que o conduzirão até lá.

Bem-vindo à cidade dos deuses
Após mergulhar no passado do Camboja, conheça a capital do país, um lugar que conjuga arquitetura khmer com vestígios coloniais e complexos modernos. São os mercados coloridos, os restaurantes seletos, as esplanadas apaziguadoras e os pequenos hotéis charmosos que tornam Phnom Penh encantadora e vibrante. Ali, o passado sente-se a vaguear entre as ruas e vielas. Cada etapa da história nacional foi reconstruída sobre a capital, na esperança de apagar aquilo que o povo mais deseja esquecer: o medo. Visto o Palácio Real e os budas imponentes que não se contam pelos dedos, é hora de caminhar em direção ao pico do hinduísmo, onde vibra a espiritualidade cambojana. O destino é Siem Reap, que fica a 320 quilómetros de distância da capital. Até lá chegar, a biodiversidade é fascinante, distraindo os olhos de uma viagem seguramente longa.

Preços para todo o tipo de carteiras
Angkor. É até lá que nos dirigimos. Seja bem-vindo à cidade dos deuses, engolida pela selva e vida animal. Os créditos vão para o explorador francês Henri Mouhot, que redescobriu um local sagrado, o famoso templo Bayon, que é atualmente considerado Património Mundial da UNESCO. No primeiro segundo em que o conhecemos, vem-nos algo à memória. Ou, provavelmente, é só uma súbita sensação de déjà-vu. Mas as duas opções são plausíveis, visto que o mistério que envolve o local serviu de inspiração para o cenário da saga Tomb Raider. Faz sentido, não é? Enigma resolvido. Acontece que foram precisos seis séculos de império khmer para os templos de Angkor ficarem concluídos e, na verdade, são eles o ingrediente secreto para despertar os momentos mais marcantes no Camboja. O templo Bayon ostenta 49 torres de estilo barroco khmer, todas elas preenchidas com rostos vistosos e olhos e sobrancelhas oblíquas, que encaram os visitantes de forma risonha, ainda que petrificada, devido à pedra que incorporam. Se olhar com atenção, representadas estão as caras de Avalokiteshvara, que é o bodisatva da compaixão, e também o rei. Mas, atenção, tente não divagar com as maravilhas arquitetónicas e a magnificência da natureza que o rodeiam, porque por ali andam criaturas que enganam com a cara amorosa que patenteiam. É verdade. A cidade está tomada por macacos cleptomaníacos, que assaltam para assegurar o seu ganha-pão. Em busca por bananas, são capazes de fazer o telemóvel desaparecer, por isso, todo o cuidado é pouco. Voltando ao que importa, Siem Reap ocupar-lhe-á, no mínimo, três dias de visita, graças à sua herança histórica e cultural que abunda. 

Praias de areia branca e águas cristalinas
Nos arredores poderá aprimorar o palato e o gosto por artesanato. À noite, recomendam-se os restaurantes localizados no centro da cidade, iluminados por luz néon e velas românticas. Com preços para todo o tipo de carteiras, poderá aventurar-se ainda por uma excursão fluvial pelos locais que separam Siem Reap de Battambang, flutuando pelos canais delineados pela vegetação.
E porque o tempo voa, a última paragem da nossa jornada acaba em Sihanoukville. Deixemos os quilómetros infindáveis de selva para trás. Apresentamos-vos as esplêndidas praias de areia branca e águas cristalinas. Situadas na península meridional, estes pequenos paraísos provam a diversidade de paisagens e valências que o Camboja reúne. Existem praias para todos os gostos. Mais solitárias ou buliçosas. Independentemente da escolha, certifique-se apenas de que aproveita cada minuto, porque lugares como este só uma vez na vida. 
Parece que nos despedimos do exotismo do Camboja, com um sorriso de orelha a orelha e uma palavra em mente: ZEN.
T. Joana Rebelo
F. Direitos Reservados